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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EGLA MORALES BLOUIN

( Porto Rico )

 

(Puerto Rico, 1930)
Professora na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos da América (U.S.A.)

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

AL PIE DE LA CASA BLANCA. Poetas hispanos de Washington, DC.  Luis Alberto Ambroggio / Carlos Parada Ayala, eds.  Ilustración, diseño de   cubiertas y fotografía Gerardo Piña-Rosales.   New York, USA: Academia Norteamericana de la Lengua Española, 2010.   355 p.  ilus. p&b          ISBN 978-0-9821347-8-8   
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

      NIÑA A MI ESPALDA

Propensa a pesadillas,
medrosa de las noches oscuras,
(¡tengo que acompañarla!)
la niña que yo era cabalga a mis espaldas.

Asidua compañera,
¿cómo desalojarla?
Cree que al subir un monte
puede alcanzarse el cielo con la mano alargada.

A veces se acurruca
dormida en mi garganta
y su peso que ahoga
hace sufrir a esta niña grande que llora.

Cuando el camino
que tengo andado a medias
me lleve al horizonte de sombras,
haremos, mano en mano, viejos juegos de ronda.

Sin terror, las dos juntas,
a la encendida aurora
donde espera una anciana
que ya a veces a mi a mi espejo se asoma.

 

      
REGATA

El río se ha llenado de mariposas blancas
que bogan lentamente sobre su imagen pálida.

Las gaviotas descienden a ras del agua y giran
más prietas que las nubes, más claras que los árboles.

El otoño ha traído su cántaro de lluvia
y lo va derramando con insistencia pródiga.

En bandadas nerviosas huyen los estorninos
y el viento los deshoja como a rosas escuálidas.

La gama policroma de la orilla se apaga.
De los arces se lanzan las hojas hechas lágrimas.

Y el cielo ensombrecido ruge por un instante,
mostrando el corazón herido del relámpago.



TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

      

      MENINA NAS MINHAS COSTAS 

Propensa a pesadelos,
medrosa nas noites escuras,
(tenho que acompanhá-la!)
a menina que eu era cavalga em minhas costas.

Assídua companheira,
como desalojá-la?
Acredita que ao subir em um morro
pode alcançar o céu com a mão espichada.

Às vezes se aconchega
dormida em minha garganta
e seu peso que afoga
faz sofrer esta menina grande que chora.

Quando o caminho
que venho andando aos poucos
me leve a horizonte de sombras,
faremos, mão com mão, velhos jogos de ronda.

Sem terror, as duas juntas,
à aurora despertada
onde espera uma anciã
que à vezes em meu espelho aparece.




REGATA

O rio ficou cheio de borboletas brancas
que vagam lentamente por sua imagem pálida.

As gaivotas descem ao nível da água e rondam
mais negras que as nuvens, más claras que as árvores.

O outono trouxe  seu cântaro de chuva
e o foi derramando com insistência pródiga.

Em debandadas nervosas fogem os estorninhos
e o vento os desfolham como rosas esquálidas.

A sequência policromada da margem se apaga.
Dos arcos se lançam as folhas como lágrimas.

E o céu sombreado ruge por um instante,
mostrando o coração ferido do relâmpago.

 

 

*

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Página publicada em maio de 2023


 

 

 
 
 
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